O Que É Reposição Hormonal e Como Funciona?

A reposição hormonal (RH) é uma terapia indicada para suprir os níveis hormonais que diminuem com o passar do tempo, especialmente durante o climatério e a menopausa. O principal objetivo é restabelecer o equilíbrio hormonal feminino, reduzindo os sintomas incômodos dessa fase da vida. Estrogênio e progesterona são os principais hormônios substituídos, mas, em alguns casos, a testosterona também pode ser considerada.

Essa terapia pode ser feita por diferentes vias: oral (comprimidos), transdérmica (adesivos ou géis), injetável ou via implantes hormonais. Cada uma possui suas particularidades e deve ser escolhida com base em uma avaliação médica criteriosa, respeitando o perfil clínico da paciente.

A RH é indicada principalmente para tratar sintomas como ondas de calor, sudorese noturna, irritabilidade, ressecamento vaginal, insônia, perda de massa óssea, fadiga e diminuição da libido. Quando bem indicada, promove um impacto positivo significativo na saúde física, emocional e sexual da mulher.

Quando a Reposição Hormonal é Indicada?

De forma geral, a reposição hormonal é recomendada para mulheres que estejam na menopausa e apresentem sintomas moderados ou intensos que afetam sua qualidade de vida. Também é indicada em casos de menopausa precoce, seja ela espontânea ou causada por tratamentos médicos como quimioterapia, radioterapia ou cirurgia de retirada dos ovários.

Além disso, a “janela de oportunidade”, conceito amplamente discutido na medicina, recomenda que a RH seja iniciada nos primeiros 10 anos após a menopausa, ou antes dos 60 anos, para que os benefícios superem os riscos. Fora dessa janela, os efeitos cardiovasculares podem ser menos favoráveis, exigindo maior cautela na prescrição.

Fonte externa: Drauzio Varella

Benefícios da Reposição Hormonal para a Mulher Moderna

Alívio dos sintomas climatéricos

Os sintomas clássicos da menopausa, como calor excessivo, suores noturnos e oscilações de humor, são controlados de forma eficaz. Isso proporciona mais disposição e conforto para a rotina diária da mulher.

Melhora da saúde íntima e sexual

A RH atua na lubrificação vaginal, redução da dor durante a relação sexual e melhora da libido, promovendo uma vida sexual mais satisfatória e saudável.

Prevenção de doenças ósseas

Com a queda do estrogênio, há perda de densidade óssea, o que aumenta o risco de osteopenia e osteoporose. A reposição ajuda a manter os ossos fortes e reduz as chances de fraturas.

Proteção cardiovascular

Quando iniciada no momento adequado, a RH pode melhorar o perfil lipídico e reduzir o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

Melhora do sono e da saúde mental

A regularização hormonal contribui para o sono profundo e contínuo, impactando positivamente a saúde mental. Muitas mulheres relatam menos ansiedade e episódios depressivos após o início do tratamento.

Fonte externa: Pfizer Brasil

Mitos e Verdades Sobre a Reposição Hormonal

Reposição hormonal causa câncer?

O risco de câncer de mama pode aumentar em alguns casos, principalmente com o uso prolongado de estrogênio combinado à progesterona. No entanto, esse risco é pequeno e deve ser comparado aos benefícios esperados. Tudo depende da individualização e do monitoramento da terapia.

A RH engorda?

Não existe evidência robusta que comprove o ganho de peso diretamente associado à reposição hormonal. O que pode ocorrer são alterações metabólicas naturais da idade. A adoção de hábitos saudáveis tende a controlar o peso durante esse período.

Qualquer mulher pode fazer RH?

Não. Mulheres com histórico de trombose, câncer de mama, doenças hepáticas graves ou problemas cardiovasculares não controlados não devem fazer reposição hormonal. É por isso que a avaliação médica é tão importante antes do início do tratamento.

Exames Necessários Antes e Durante o Tratamento

O protocolo seguro de reposição hormonal exige uma série de exames antes e durante a terapia. São solicitados exames de sangue para dosagem hormonal (FSH, LH, estradiol, TSH), além de exames de imagem como ultrassonografia transvaginal e mamografia. O papanicolau deve estar em dia.

Durante o tratamento, o acompanhamento deve ser contínuo, geralmente a cada seis meses ou conforme indicação médica. Isso permite ajustar doses, monitorar efeitos colaterais e garantir que os benefícios estejam sendo alcançados com segurança.

Fonte interna: Blog MaterCor

Cuidados e Estilo de Vida Durante a Reposição Hormonal

Alimentação

Manter uma alimentação equilibrada é fundamental durante a reposição hormonal, especialmente para mulheres que estão passando pelo climatério ou menopausa. Alimentos ricos em cálcio, como leite, iogurte, queijo branco e vegetais escuros (como brócolis e couve), ajudam a preservar a densidade óssea e prevenir a osteoporose. 

A vitamina D, essencial para a absorção do cálcio, pode ser obtida por meio da exposição ao sol e também de fontes como peixes gordurosos, ovos e cogumelos. As fibras, encontradas em frutas, legumes, cereais integrais e sementes, auxiliam no bom funcionamento intestinal e na regulação do colesterol. Já os antioxidantes, presentes em alimentos coloridos como cenoura, beterraba e frutas vermelhas, combatem os radicais livres e contribuem para o equilíbrio hormonal e imunológico.

Atividade física

Exercícios regulares, como caminhada, musculação e pilates, ajudam a preservar a densidade óssea, controlar o peso e manter o bem-estar emocional.

Evitar vícios

O tabagismo e o consumo excessivo de álcool aumentam os riscos cardiovasculares e reduzem a eficácia do tratamento hormonal. Evitá-los é essencial.

Saúde mental

O suporte psicológico pode ser necessário em alguns casos. Terapias complementares como mindfulness, acupuntura e meditação são bem-vindas.

Impactos Psicológicos da Menopausa e a Influência da Reposição Hormonal

Além das mudanças físicas, a menopausa pode impactar significativamente a saúde mental da mulher. Oscilações de humor, ansiedade, irritabilidade e até episódios depressivos são comuns, principalmente em mulheres que já possuem histórico prévio dessas condições.

A redução dos níveis de estrogênio, que influencia neurotransmissores como serotonina e dopamina, pode afetar diretamente o bem-estar emocional. Nesses casos, a reposição hormonal pode contribuir para estabilizar essas funções cerebrais e trazer de volta o equilíbrio emocional.

É fundamental, no entanto, que o tratamento seja feito de maneira integrada, com acompanhamento multidisciplinar envolvendo ginecologista, endocrinologista e, se necessário, um psicólogo. O apoio da família e a prática de atividades que promovam prazer e relaxamento também são pilares no cuidado com a saúde mental durante essa fase.

Perguntas Frequentes (FAQ)

Reposição hormonal é segura para mulheres acima de 60 anos?

Geralmente, a reposição hormonal é mais indicada para mulheres com menos de 60 anos ou até 10 anos após o início da menopausa. Após essa fase, os riscos podem aumentar, especialmente em relação à saúde cardiovascular. Por isso, a decisão deve ser individualizada, com base em exames atualizados e avaliação médica criteriosa.

Quanto tempo dura o tratamento com reposição hormonal?

Não existe um tempo fixo. Algumas mulheres fazem o uso por 2 a 5 anos, outras por mais tempo, sempre com reavaliações regulares. O tratamento pode ser interrompido gradualmente quando os sintomas estiverem controlados ou se surgirem contraindicações ao longo do tempo.

É possível combinar a reposição hormonal com terapias naturais?

Sim. Em muitos casos, práticas como fitoterapia, acupuntura e suplementação nutricional são utilizadas como complementares à terapia hormonal. No entanto, tudo deve ser discutido com o médico, para garantir a segurança e evitar interações indesejadas.

Conclusão

A reposição hormonal, quando indicada de forma personalizada, representa um grande avanço para o bem-estar da mulher moderna. Ao melhorar sintomas, prevenir doenças e aumentar a qualidade de vida, torna-se uma ferramenta de cuidado integral. Mas deve ser sempre acompanhada por profissionais especializados e com base em exames clínicos rigorosos.

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